- BEI concede 150 milhões de euros à EDPR Brasil para financiar centrais de geração de energia solar e eólica
- O acordo irá ajudar o país a cumprir as metas climáticas estabelecidas na COP 21
- Emprego: Serão criados 1900 empregos durante a fase de implementação do projeto
O Banco Europeu de Investimento (BEI) irá emprestar 150 milhões de euros à EDPR Brasil, a subsidiária local da EDP Renováveis (EDPR), líder mundial no sector das energias renováveis, para apoiar o desenvolvimento de centrais de geração de energia solar e eólica no Brasil. Este crédito institucional irá contribuir para fomentar o plano de negócios da empresa no Brasil, um país onde está presente desde a última década e onde o seu projeto na calha permitirá à EDPR produzir cerca de 1,8 TWh por ano de energia limpa até 2023.
Graças ao apoio do BEI, o Brasil será capaz de reduzir as suas emissões de CO2, acelerando a transição para uma matriz energética mais limpa, em consonância com os objetivos ambientais definidos na COP 21. Além disso, a construção de centrais eólicas e solares irá afetar positivamente a economia do país, reduzindo os custos de importação de energia e de combustíveis, melhorando a segurança energética e a criação de emprego. Em particular, os investimentos globais apoiados pelo BEI vão contribuir para criar 1900 empregos durante a fase de implementação.
Esta operação, prevista no âmbito do fundo para o meio ambiente e para a ação contra as alterações climáticas (Climate Action and Environmental Facility, CAEF), ilustra mais uma vez os esforços do BEI para financiar ações contra as alterações climáticas fora da União Europeia, contribuindo para as políticas da UE em matéria de energias renováveis e ambiente. Este projeto irá promover a produção de energia limpa e renovável em conformidade com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que garantem o acesso a energia acessível, fiável, sustentável e moderna, combatendo simultaneamente as alterações climáticas (ODS 13). No evento da escritura que decorreu em Madrid, a Vice-Presidente do BEI, Emma Navarro, Responsável pelas operações do BEI na América Latina e pela ação do banco contra as alterações climáticas, afirmou: «As alterações climáticas são uma das maiores ameaças para o futuro do nosso planeta e precisamos de unir esforços para enfrentar esse problema. Hoje, estamos a dar um passo muito importante no nosso compromisso de apoiar o crescimento económico sustentável e inclusivo na América Latina. Graças a este projeto, o BEI está a impulsionar a produção de energia solar e eólica no Brasil e, portanto, a contribuir para a luta contra as alterações climáticas. Apoiar energias limpas e renováveis, ajudando assim a reduzir as emissões de CO2, é uma prioridade fundamental para o BEI no Brasil e em toda a região».
O CEO da EDPR, João Manso Neto, salientou que «esta linha de crédito irá ajudar-nos a prosseguir a nossa atividade no Brasil, um país a meio de uma transição para uma matriz energética mais amiga do ambiente. Além disso, estamos especialmente motivados pelo endosso de uma instituição com o calibre do BEI, uma vez que apoia não só a nossa linha de negócios, como também toda a nossa contribuição para o progresso e desenvolvimento».
Através deste empréstimo-quadro, o Banco irá conceder um empréstimo de 150 milhões de euros à EDPR Brasil, que irá posteriormente distribuir os fundos por uma série de centrais solares fotovoltaicas e eólicas no Brasil. A EDPR pode ainda adquirir dívida sénior a longo prazo de outras instituições financeiras para conseguir todos os recursos necessários para o projeto.
O BEI na América Latina
A UE é o principal parceiro de desenvolvimento na região da América Latina, o seu investidor número um e o segundo maior parceiro comercial. Na sua qualidade de banco europeu, o BEI apoia a relação da UE com a América Latina através do financiamento de projetos que contribuam para os objetivos da política externa da UE: o desenvolvimento de infraestruturas económicas, ambientais e sociais; desenvolvimento do sector privado; e mitigação e adaptação às alterações climáticas.
O BEI começou as suas operações na América Latina em 1993. Desde então, o BEI apoiou quase 120 projetos com um financiamento total de cerca de 8,4 mil milhões de euros, distribuídos por 14 países diferentes.
Em 2018, o BEI intensificou a sua contribuição para o desenvolvimento sustentável e ação contra as alterações climáticas na América Latina, facilitando 640 milhões de euros para financiar 15 operações: é o maior número de operações do BEI estruturadas num só ano na região.
Apoio à ação contra as alterações climáticas
Na sua qualidade de maior fornecedor multilateral de financiamento para projetos de ação contra as alterações climáticas em todo o mundo, o BEI visa consagrar pelo menos 25% dos seus investimentos para a mitigação e adaptação às alterações climáticas, pelo menos 35% fora da UE, para apoiar um crescimento com baixo teor de carbono e resistente ao clima.
Em 2018, o Banco Europeu de Investimento ultrapassou a meta de financiamento climático pelo nono ano consecutivo, com a concessão de 16,2 mil milhões de euros para promover a ação contra as alterações climáticas, o que representa 29% da sua atividade total. A mobilização de financiamento para a ação contra as alterações climáticas é uma das prioridades do BEI. O seu objetivo é ser líder na mobilização do financiamento necessário para manter o aquecimento global abaixo dos 2° C e limitar o aumento da temperatura em 1,5° C para cumprir os objetivos do Acordo de Paris.
O BEI é o maior emissor mundial de obrigações «verdes» e foi o primeiro a fazer uma emissão do género neste mercado.
Projetos climáticos do BEI na América Latina
Na América Latina, o BEI tornou-se num grande promotor das energias renováveis, tendo firmado projetos no valor de mais de 840 milhões de euros nesta região entre 2013 e 2018.
A mitigação e adaptação às alterações climáticas é a principal prioridade do BEI na região, onde os projetos apoiados por este banco dizem respeito ao meio ambiente, especialmente no sentido de reforçar as energias renováveis, a eficiência energética e sistemas de transportes públicos sustentáveis. Os projetos relacionados com a adaptação às alterações climáticas implicam a modernização das infraestruturas existentes para serem mais resistentes face a padrões climáticos mais voláteis e imprevisíveis, preparando-as para impactos diretos e indiretos.