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©Cecilie_Arcurs/ Getty Images

A segunda parte do Inquérito do BEI sobre o Clima 2022-2023 procura sondar as opiniões das pessoas sobre as alterações climáticas num mundo em rápida mudança. Os resultados apresentados neste comunicado centram-se no comportamento individual dos cidadãos e nas medidas que estes estão a adotar para combater as alterações climáticas. 

  • 80 % dos portugueses dos 20 aos 29 anos consideram a estratégia de sustentabilidade do seu potencial futuro empregador «importante» na escolha de emprego (22 % consideram-na mesmo uma prioridade máxima)
  • 90 % dos inquiridos portugueses são a favor da rotulagem de todos os alimentos para ajudar a limitar o impacto no clima e no ambiente
  • 67 % dos portugueses afirmam que pagariam mais por alimentos neutrais para o clima
  • 68 % são a favor da criação de um sistema de orçamentos de carbono a fim de limitar os consumos mais prejudiciais para o clima
  • 85 % são a favor de medidas governamentais mais rigorosas que obriguem as pessoas a alterar o seu comportamento

Comportamento individual e medidas governamentais mais rigorosas

A guerra na Ucrânia e as suas consequências, incluindo o agravamento dos preços da energia e a inflação, aumentaram dramaticamente as preocupações com a deterioração do poder de compra em Portugal. No entanto, de acordo com as respostas ao inquérito, as alterações climáticas continuam a ser um dos três principais desafios do país. Além disso, três quartos dos inquiridos (86 %, ou seja, 14 pontos percentuais acima da média da UE) declaram estar convencidos de que o seu próprio comportamento pode fazer a diferença na resposta à emergência climática.

Para muitos, o governo tem um papel a desempenhar no incentivo à mudança dos comportamentos individuais. A grande maioria dos portugueses (84 %) é favorável a medidas governamentais mais rigorosas que obriguem as pessoas a alterar o seu comportamento para combater as alterações climáticas.

>@Graphic workshop/EIB

A escolha de um novo emprego

À medida que as novas gerações vão ingressando no mercado de trabalho todos os anos, as considerações climáticas ganham peso na hora de escolher um empregador. A maioria da população (75 %) já considera importante que um potencial futuro empregador dê prioridade à sustentabilidade. Para 20 % dos inquiridos, esse aspeto constitui mesmo uma prioridade de topo. Esta maioria é comum a todos os níveis de rendimento. Dos inquiridos entre os 20 e os 29 anos – geralmente aqueles que procuram o primeiro emprego – mais de três quartos (80 %) afirmam que a sustentabilidade é um fator importante na sua escolha e 22 % consideram-na mesmo uma prioridade de topo.

>@Grpahic workshop/EIB

Limitar o consumo individual

A maioria dos inquiridos portugueses (68 %) declara-se favorável a um sistema de orçamentos de carbono que atribua a cada indivíduo um número fixo de créditos anuais para gastar em bens e serviços com uma elevada pegada de carbono (bens não essenciais, viagens aéreas, carne, etc.). Esta opinião é partilhada pelos participantes italianos quase na mesma proporção (64 %), ao passo que apenas 57 % dos participantes franceses e 59 % dos inquiridos espanhóis seriam a favor de um sistema deste tipo.

Importa salientar que a maioria dos inquiridos portugueses é favorável a esta medida, independentemente do rendimento auferido (71 % dos inquiridos de rendimentos mais baixos, 69 % dos de classe média e mais de 66 % dos inquiridos de rendimentos elevados).

Rotulagem e preço dos alimentos

A produção de alimentos é responsável por uma parcela significativa das emissões de gases com efeito de estufa. Para ajudar as pessoas a fazer escolhas mais sustentáveis nas compras de supermercado, 90 % dos portugueses são a favor da rotulagem de todos os produtos alimentares a fim de identificar a respetiva pegada climática. Esta maioria está 6 pontos percentuais acima da taxa de Espanha (84 %) e 7 pontos percentuais acima da taxa da França (83 %).

Além disso, 67 % dos portugueses declaram-se dispostos a pagar um pouco mais por alimentos produzidos localmente e de forma mais sustentável (percentagem semelhante à dos espanhóis, com 66 %, mas 7 pontos percentuais acima da dos franceses, com 60 %). Esta disponibilidade para pagar mais pelos alimentos é comum a todas as categorias de rendimento.

Reduzir o consumo de carne e laticínios seria outra forma eficaz de limitar as emissões de gases com efeito de estufa. A maioria dos portugueses (57 %) seria favorável a uma limitação da quantidade de carne e laticínios que as pessoas podem comprar (11 pontos percentuais abaixo dos italianos, com 68 %, mas 7 pontos percentuais acima dos espanhóis, com 50 %).

Nas palavras de Ricardo Mourinho Félix, vice-presidente do BEI: «Os resultados do Inquérito do BEI sobre o Clima demonstram que os portugueses estão mais do que dispostos a ajudar a combater as alterações climáticas a nível individual. Como Banco do Clima da UE, congratulamo-nos com este compromisso. Faz parte da nossa missão capacitar as pessoas para o combate à crise climática. Desempenhamos essa missão financiando serviços verdes, como sejam os transportes sustentáveis, as energias renováveis e os edifícios energeticamente eficientes. Continuaremos a apoiar projetos e iniciativas que acelerem a transição verde e a procurar formas inovadoras de contribuir para um futuro próspero que não deixe ninguém para trás.»

 

O Inquérito do BEI sobre o Clima

Estes são alguns dos resultados do mais recente Inquérito anual sobre o Clima, realizado em agosto de 2022, hoje publicados pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) . O BEI é o braço financeiro da União Europeia e o maior financiador multilateral de projetos de ação climática em todo o mundo.

O Banco Europeu de Investimento (BEI) acaba de realizar a quinta edição do Inquérito do BEI sobre o Clima, que avalia de forma exaustiva as opiniões da população sobre as alterações climáticas. Realizada em parceria com a empresa de estudos de mercado BVA, a quinta edição do Inquérito do BEI sobre o Clima pretende alimentar o debate mais amplo sobre as atitudes e expectativas em termos de ação climática. Mais de 28 000 pessoas participaram no inquérito realizado em agosto de 2022, com um painel representativo de maiores de 15 anos de cada um dos 30 países abrangidos pelo inquérito.

O Banco Europeu de Investimento

O Banco Europeu de Investimento (BEI) é a instituição de financiamento a longo prazo da União Europeia que tem por acionistas os Estados-Membros da UE. O Grupo BEI adotou o Roteiro do Banco do Clima, no intuito de cumprir a sua agenda ambiciosa de apoiar o investimento de um bilião de EUR em ação climática e sustentabilidade ambiental até 2030 e de dedicar mais de 50 % do seu financiamento a projetos de ação climática e sustentabilidade ambiental até 2025. De acordo com o Roteiro, desde o início de 2021, todas as novas operações do Grupo BEI passaram a ser alinhadas com os princípios e objetivos do Acordo de Paris.

A EIB Global é a nova direção especializada do Grupo BEI, que tem por missão reforçar o impacto das parcerias internacionais e do financiamento do desenvolvimento. A EIB Global visa fomentar a criação de parcerias sólidas, centradas em objetivos específicos, no âmbito da Equipa Europa, juntamente com instituições de financiamento do desenvolvimento congéneres e a sociedade civil. A EIB Global aproxima o Grupo BEI das pessoas, das empresas e das instituições locais através dos seus gabinetes espalhados pelo mundo.

A BVA

A BVA é uma empresa de consultoria e sondagens de opinião reconhecida como uma das mais inovadoras empresas de estudos de mercado do setor. Especializada em marketing comportamental, a BVA combina a ciência de dados com as ciências sociais, a fim de dar vida aos dados e torná-los inspiradores. A BVA faz ainda parte da rede WIN (Worldwide Independent Network of Market Research), uma rede mundial com mais de 40 membros, que reúne algumas das principais empresas de estudos de mercado e sondagens de todo o mundo.